O Vale do Terror - Cap. 6: Capítulo 6 – Uma Réstia de Luz Pág. 60 / 172

- Mas...

- Como sei que estão a mentir? Porque se trata de uma invenção desastrada, que não pode ser a verdade. Reflicta! De acordo com a versão que nos foi apresentada, o assassino teve menos de, um minuto, após perpetrar o crime, para tirar a aliança que se encontrava por baixo de outro anel no dedo do morto e para repor esse outro anel, coisa que naturalmente jamais fez. E, depois, para colocar aquele misterioso cartão ao lado da sua vítima. Isto seria evidentemente impossível. Você pode objectar, Watson, que a aliança tivesse sido tirada antes de o homem ter sido morto.

»O facto de a vela ter estado acesa durante muito pouco tempo mostra que não houve uma entrevista prolongada. Pelo que sabemos do seu carácter intrépido, seria Douglas homem que entregasse a própria aliança com tanta facilidade? E poderemos imaginar que, de facto, ele a tivesse entregado? Não, Watson, o assassino permaneceu junto do morto, com a lâmpada acesa, por um período certamente mais longo. Sobre este ponto não tenho a menor dúvida.

»Entretanto, o tiro foi, aparentemente, a causa da morte. Devia, por conseguinte, ter sido disparado antes do momento que nos declararam. Encontramo-nos, portanto, em presença de conivência deliberada por parte das duas pessoas que ouvirem o disparo: Barker e Mrs. Douglas.

»Além disso, estou apto a demonstrar que a pegada de sangue, no peitoril da janela, foi deliberadamente ali deixada por Barker a fim de lançar a Polícia numa pista falsa. Todos os indícios levam-nos a suspeitar desse homem.

»Temos também de considerar a que horas o crime ocorreu. Até às dez e meia, os criados moviam-se pela casa; portanto não foi antes dessa hora. Às dez e quarenta e cinco, todos tinham recolhido aos seus quartos, com excepção de Ames que se encontrava na despensa.





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