O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 78 / 172

O vulto parecia estar a remexer o fosso com qualquer coisa que tinha na mão. Repentinamente, puxou algo para dentro, como um pescador retira da água um peixe que lhe vem fisgado ao anzol. Era um objecto grande e redondo, que encobriu a luz ao passar pela janela aberta.

- Agora! - gritou Holmes.

Pusemo-nos de pé, cambaleando atrás dele com os membros ancilosados, enquanto o nosso amigo se lançou velozmente através da ponte e começou a tocar furiosamente à campainha. Ouviu-se, do lado de dentro, O ranger de ferrolhos que se abrem e, logo em seguida, surgiu a figura estupefacta de Ames. Holmes afastou-o para um lado e, sem dizer palavra, precipitou-se para a sala ocupada pelo homem que havíamos estado a espreitar.

O clarão, por nós observado do exterior, era representado por uma lâmpada de óleo colocada sobre a mesa. Essa lâmpada encontrava-se agora nas mãos de Cecil Barker, que a mantinha dirigida para nós, quando entrámos. A luz reflectia-se no seu rosto resoluto, perfeitamente barbeado, e nos seus olhos ameaçadores.

- Que demónio significa isto? - berrou. - Que querem daqui?

Holmes atirou-se imediatamente sobre um embrulho encharcado de água, atado com uma corda, e que tinha sido atirado para debaixo da escrivaninha.

- Aqui está o que procuramos, Mr. Barker. Este embrulho que o senhor acaba de retirar do fundo do fosso e que contém um haltere.

Barker fixou Holmes, estupefacto.

- Mas, co'os diabos! Como teve conhecimento disso?

- Porque eu próprio o pus lá.

- O senhor? Pô-lo lá?

- Talvez devesse ter dito «repu-lo» - acrescentou Holmes. - Você deve lembrar-se, inspector Mac Donald, de que a ausência de um haltere me havia impressionado particularmente Chamei-lhe a atenção para essa falta, mas a iminência de outros acontecimentos não lhe permitiram dar a este facto a consideração que lhe facultaria tirar deduções deveras interessantes .





Os capítulos deste livro