Camões - Cap. 9: CANTO NONO Pág. 153 / 177

Vê-lo-á, o objecto de suspiros tantos,

De saudade tão longa, da romagem

Devota; mas só vê-lo, - e adeus eterno,

E para sempre adeus!... Cruéis lhe vedam

Mais que esse adeus. Voltou à pátria, e morre.

XI

Este foi da poisada solitária

O fundador e o único vivente

Que desde então as frias cumeadas

E ruínas habitou da antiga torre.

E este era o sítio que aprazava a carta

De incógnita mensagem ao guerreiro.

XII

Alfim no oceano se mergulha a lâmpada

Do firmamento máxima. Descia,

Como um véu, a nebrina sobre a serra;

Já lhe toucava a frente, e ia ligeira

Pela espalda, insensível devolvendo,

Té lhe poisar as orlas na planície.

No meditar profundo embevecido,

O guerreiro, que aguarda há muito a hora

Lenta da noite, não deu fé da névoa

Que húmida todo em derredor o fecha.





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