O Principezinho - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 21 / 78

Uma vez que a fizesse, o principezinho nunca desistia de uma pergunta. Eu estava irritado com a porca e só respondi para ver se ele se calava:

- Não servem para nada… São uma pura manifestação de maldade!

-Oh!

Ficou calado. Depois, com um ar quase ressentido, disse:

-Não acredito! As flores são fracas. São muito ingénuas. Agarram-se ao que podem para se sentirem seguras. Pensam que toda a gente tem medo delas por causa dos espinhos...

Não respondi, porque nesse momento estava a pensar cá com os meus botões: "Se esta maldita porca não se desenrosca, dou-lhe uma martelada tão grande que até salta!" Mas o principezinho interrompeu outra vez tão altos pensamentos:

- E tu, tu achas que as flores...

- Não! Claro que não! Nem estava a pensar naquilo que te disse. Tenho coisas mais sérias com que me entreter!

Olhou para mim, perfeitamente estupefacto.

-Coisas mais sérias!

E ali estava eu, de martelo na mão, com os dedos todos sujos de óleo, debruçado sobre um objecto que lhe parecia horroroso.

- Estás a falar como as pessoas grandes!

Fiquei um bocado envergonhado. Mas o principezinho não teve dó de mim e continuou.

- Estás a confundir tudo... estás a baralhar tudo!

Estava, de facto, muito zangado. Sacudindo os seus cabelos dourados ao vento, gritava:

- Sei de um planeta onde há um senhor todo afogueado. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou para uma estrela. Nunca





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