O Principezinho - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 9 / 78

- Então tu também vieste do céu? De que planeta és tu? Entrevendo uma pequena luz que talvez pudesse ajudar a esclarecer o mistério da sua presença, perguntei-lhe de chofre:

- Quer dizer que vieste de outro planeta?

Mas ele não me respondeu. Olhava para o avião e abanava a cabeça de mansinho:

- Também é verdade que montado naquilo não podes ter vindo de muito longe...

E ficou calado durante muito tempo, com um ar sonhador. Depois, tirou a minha ovelha do bolso e mergulhou na contemplação do seu tesouro.

Imaginam com certeza como eu fiquei intrigado com aquela inconfidência sobre "os outros planetas". Claro que tentei saber mais coisas:

- Donde é que vieste, meu rico rapazinho? Onde é esse "teu sítio"? Para onde queres tu levar a minha ovelha?

Ficou calado, a pensar, e respondeu:

- O que vale é que assim, com a caixa que tu me deste, ela já tem uma casa para passar a noite.

- Claro. E se tu te portares bem, também te dou uma corda para a teres amarrada durante o dia. E uma estaca.

O principezinho pareceu escandalizado com a ideia.

- Amarrá-la? Mas para quê?

- É que se não a amarrares, ela foge e pode-se perder...

O meu amigo deu outra gargalhada:





Os capítulos deste livro