As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 6: O Enigma de Reigate Pág. 123 / 274

Três dias depois estávamos de volta a Baker Street. Era evidente, porém, que o meu amigo melhoraria muito com uma mudança de clima. E para mim a ideia de uma semana de Primavera no campo era aliciante. O meu velho amigo coronel Hayter, que esteve entregue aos meus cuidados profissionais no Meganistão e que agora arranjara uma casa perto de Reigate, no Surrey, convidava-me com frequência para que lhe fizesse uma visita. Da última vez acrescentara que se o meu amigo me quisesse acompanhar, teria também o maior prazer em recebê-lo. Não obstante, foi necessário um pouco de diplomacia. Porém, quando Holmes soube que era uma casa de solteiro e que lhe seria permitida plena e inteira liberdade, concordou com os meus planos, e uma semana depois do nosso regresso de Lião estávamos em casa do coronel. Hayter era um excelente veterano, de fino trato, e que correra mundo. Descobriu logo, como era de esperar, que Holmes e ele tinham muita coisa em comum.

Na noite da nossa chegada, após o jantar, sentámo-nos na sala de armas do coronel. Holmes estirou-se sobre o sofá. Eu e Hayter examinávamos o seu pequeno arsenal.

- A propósito - disse-me ele de repente -, vou levar uma dessas pistolas lá para cima, para a hipótese de um alarme.

- Um alarme! - exclamei eu.

- Sim, apanhámos um susto nesta zona ultimamente. O velho Acton, que é um dos magnatas do nosso condado, teve a casa arrombada na última segunda-feira. Não houve nenhum prejuízo grande, mas os gatunos ainda andam à solta.

- Nenhum indício? - perguntou Holmes, olhando de soslaio para o coronel.

- Nenhum até agora. Mas o caso é muito insignificante. Um pequeno crime de província. Aliás, muito pequeno para merecer a sua atenção, Mr.





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