As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 11: O Problema Final Pág. 273 / 274

Sem sombra de dúvida, confirma a elevada opinião que eu formara já das suas aptidões. Alegra-me pensar que livrarei a sociedade, de ora em diante, dos actos do professor Moriarty, embora receie que seja à custa do que afligira os meus amigos, muito em especial a si, meu caro Watson. Mas eu já lhe tinha explicado que a minha carreira chegara a uma crise e que nenhuma outra conclusão me poderia ser mais lógica do que esta. Com efeito, quero fazer-lhe uma confissão completa: eu estava convencido de que a carta de Meiringen era uma mistificação e fiquei feliz por você ter partido na missão que supunha verdadeira, visto ter a certeza de que um facto como este teria de vir a suceder. Diga ao inspector Patterson que os papéis de que ele necessita para provar a culpabilidade da quadrilha estão na letra 'M' do ficheiro, metidos num sobrescrito azul com a inscrição 'Moriarty'. Tratei de tudo o que diz respeito aos meus bens antes de partir de Inglaterra, estando o meu irmão Mycroft ao corrente de todas as minhas disposições. Transmita, por favor, os meus cumprimentos a Mrs. Watson e creia-me para sempre um bom amigo.

Muito sinceramente seu, Sherlock Holmes.

Apenas algumas palavras bastam para o que me resta dizer. O exame dos peritos deixou poucas dúvidas de que houvera uma luta entre os dois homens e que o desfecho fora, como não podia deixar de ser em tal situação, a queda de ambos no abismo, nos braços um do outro. Qualquer tentativa para a recuperação dos corpos era vã; lá no fundo daquele caldeirão de águas redemoinhantes e de ferventes escumas repousarão, para todo o sempre, os corpos do mais temível criminoso e do maior campeão da lei da sua geração.





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