Camões - Cap. 9: CANTO NONO Pág. 146 / 177

CANTO NONO

Mas quem pode livrar-se porventura

Dos laços, que amor arma brandamente

Lusíadas

I

Não sabia em que modo lhe mostrasse

Ao vate sublimado o rei mancebo,

O entusiasmo, o vivo prazer d’alma

Que lhe inspiraram as canções divinas.

Louva a escolha do assunto, a arte engenhosa

Que num só quadro majestoso e grande

Todos uniu da portuguesa história

Os memorandos feitos, varões dignos

De eternidade e fama: louva o stilo

Nobre e tarso, de pompa ou singeleza,

Qual o pede a matéria; o sacro fogo

Do pátrio amor, de glória, de heroísmo

Que, dum por um, nos versos lhe cintila

De cortesãos, aplaudem co monarca

Alguns; outros sinceros congratulam

O trovador moderno que descanta

Na doce lira o que perfaz coa espada

Trasborda em júbilo a alma generosa

Do honrado Menezes.





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