- Lá isso é verdade! - disse o principezinho. - E o que é que fazes com elas?
- Administro-as. Conto-as e torno a contá-las - disse o homem de negócios. - É difícil. Mas eu sou um homem sério!
O principezinho ainda não estava satisfeito:
- Olha, mas eu, se tiver um lenço, posso pô-lo à volta do pescoço e levá-lo comigo. Eu, se tiver uma flor, posso apanhar a minha flor e levá-la comigo. Mas tu, tu não podes apanhar as tuas estrelas!
- Pois não, mas posso pô-las no banco.
- O que é que isso quer dizer?
- Quer dizer que pego num papelinho e escrevo o número das minhas estrelas. E depois guardo o papelinho numa gaveta e fecho-a à chave.
- E mais nada?
- Mais nada.
"Que é uma ideia divertida, lá isso é!", pensou o principezinho.
"E bastante poética. Duvido é que seja tão séria como isso…"
É que, para o principezinho, as coisas sérias eram muito diferentes daquilo que as coisas sérias são para as pessoas grandes. Ainda disse:
- Eu, cá por mim, tenho uma flor. Rego-a todos os dias. Tenho três vulcões. Limpo-os todas as semanas. Porque também limpo o que está extinto. Nunca se sabe... É útil para os meus vulcões e é útil para a minha flor que eu os tenha. Mas tu não és útil para as estrelas!
O homem de negócios ainda abriu a boca mas não foi capaz de encontrar resposta de jeito. O principezinho foi-se embora.
"As pessoas grandes são, de facto, extraordinárias", foi o que foi muito simplesmente a pensar durante a viagem.