O Principezinho - Cap. 23: Capítulo 23 Pág. 62 / 78

- Olá, bom dia! - disse o principezinho.

- Olá, bom dia! - disse o agulheiro.

- O que é que estás aqui a fazer? - perguntou o principezinho.

- Faço pacotes de passageiros. Cada pacote leva mil - disse o agulheiro. - Faço a expedição dos comboios que os transportam, umas vezes para a direita, outras vezes, para a esquerda...

E um rápido todo iluminado, a rugir como um trovão, fez estremecer a cabina do agulheiro.

- A pressa com que eles vão! - exclamou o principezinho.

- De que é que eles andam à procura?

- Nem o próprio maquinista sabe - disse o agulheiro.

E, em sentido inverso, passou outro rápido, a rugir.

- Já estão de volta? - perguntou o principezinho.

- Não são os mesmos - respondeu o agulheiro. - É uma troca.

- Mas eles não estavam bem lá onde estavam?

- Nunca se está bem onde se está – disse o agulheiro.

E rugiu o trovão de outro rápido iluminado.

- Estes andam atrás dos outros? - perguntou o principezinho.

- Não, não andam atrás de nada - disse o agulheiro. - Vão lá dentro a dormir e a abrir a boca. Só as crianças é que vão de nariz esborrachado contra os vidros...

- Só as crianças é que sabem do que andam à procura - disse o principezinho. - São capazes de perder tempo com uma boneca de trapos que, por isso, passa a ser muito importante para elas. Se alguém lha tira, desatam a chorar...

- Que sorte que as crianças têm! - disse o agulheiro.





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