Pelo seu lado, a dieta inglesa que, em comparação com a alemã, e mesmo com a francesa, é uma espécie de «regresso à natureza», ou seja ao canibalismo, resulta profundamente contrária aos meus instintos; parece que dá ao espírito pés pesados - pés de mulheres inglesas... A melhor cozinha é a do Piemonte.
As bebidas alcoólicas são-me prejudiciais; um copo de vinho ou de cerveja num só dia basta para tornar-me a vida um «vale de lágrimas» - Em Munique vivem os meus antípodas, Posto que o tenha aprendido demasiado tarde, experimentei-o, no entanto, desde a infância. Pensava, quando rapaz, que o beber vinho, como o fumar eram no fundo expressões de vaidade juvenil que se convertiam mais tarde em maus hábitos. Porventura tem culpa deste juízo severo o mau vinho de Naumburg. Para admitir que o vinho dá alegria, deveria ser cristão, isto é, crer o para mim precisamente absurdo. Coisa estranha, enquanto as pequenas doses de álcool muito diluídas, me perturbam, torno-me quase um marinheiro se passo às doses fortes. Já em rapaz fazia disto vaidade. Escrever numa só vigília uma grande dissertação latina e passá-la a limpo, com o desejo de imitar a severidade e a concisão de Salústio, meu modelo, bebendo sobre o meu latim um copo de grande calibre, não estava de modo algum (quando eu era aluno da venerável Escola de Pforta) em contradição com a minha fisiologia, nem sequer com a de Salústio embora estivesse em contradição com a venerável Escola Pforta... Mais tarde, a meio da vida,