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Capítulo 15: Por que sou uma fatalidade

Página 115
- com a mais espantosa incúria! Em vez de saúde, «salvação da alma» - quer dizer uma loucura circular que vai das convulsões da penitência à histeria da redenção! A ideia de «pecado» foi inventada com o complementar instrumento de tortura, o «livre-arbítrio», para extraviar os instintos, para fazer da desconfiança para com os instintos uma segunda natureza! Na noção de «desinteresse», de «renúncia», encontra-se O' verdadeiro sinal de decadência. A atracção que exerce tudo quanto é maléfico, a incapacidade de discernir o próprio interesse a destruição de si próprio, tornaram-se qualidades, e são o «dever» a «santidade», a «divindade» no homem! Enfim - e é o que há de mais terrível- na ideia do homem bom, toma-se partido por tudo quanto é débil, doente, malogrado, por tudo quanto sofre da própria imperfeição, por tudo quanto deve perecer - a lei da selecção é contrariada, constituindo-se um ideal de oposição ao homem altivo e bem logrado, ao homem afirmativo pelo qual se garante o porvir. Este homem torna-se o «homem meu...» E em tudo isso, sob o nome de «moral», se acreditou! -Écrasez l'infâme!

9

Compreenderam-me - Dionísos que defronta o Crucificado...

FIM

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pág. 115 (Capítulo 15)

Sinopse >>

Capa do livro Ecce Homo
Páginas: 115
Página atual: 115

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇAO 1
Porque sou tão sábio 5
Porque sou tão sagaz 20
Porque escrevo tão bons livros 41
A Origem da Tragédia 52
Considerações intempestivas 58
Humano, demasiado Humano 64
Aurora 71
O Alegre Saber 75
Assim falou Zaratustra 76
Para além do Bem e do Mal 91
Genealogia da moral 93
Crepúsculo dos ídolos 95
O caso Wagner 98
Por que sou uma fatalidade 106