As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 11: O Problema Final Pág. 260 / 274

‘- Permita-me, pois, que lhe retribua dizendo que, se eu estivesse absolutamente certo de conseguir concluir a primeira eventualidade, aceitaria alegremente, em nome do bem público, a segunda.’

»’- Prometo-lhe a segunda; a primeira, não’ - resmungou, voltando-me as costas e saindo vacilante, com um ar profundamente triste.

»Eis a minha estranha entrevista com o professor Moriarty, Watson. Confesso que me deixou um sentimento desagradável. A sua maneira suave e precisa de falar é sinal de uma sinceridade que um mero insolente estaria longe de expressar. Você dirá, por certo: por que não tomou precauções policiais contra ele? A razão é que estou plenamente convencido de que é dos seus agentes que virá o golpe. Tenho a melhor prova de que assim será.»

- Já foi atacado?

- Meu caro Watson, o professor Moriarty não é homem para deixar créditos por mãos alheias. Saí por volta do meio-dia para tratar de uns assuntos em Oxford Street e, quando atravessava na esquina que vai de Bentinck Street para Welbeck Street, um carroção de transporte de mobília, com uma parelha furiosamente dirigida, dobrou a esquina a grande velocidade e veio sobre mim como um relâmpago. Saltei para o passeio e salvei-me por uma fracção de segundo. O pesado carro guinou com violência e desapareceu por Marylebone Lane. Depois disso, fui sempre a caminhar pelo passeio, Watson, mas, quando descia Vere Street, um tijolo caiu do telhado de uma casa e espatifou-se aos meus pés. Chamei a polícia e o local foi examinado. Havia pedras e tijolos empilhados no telhado como preparativo para qualquer obra e tentaram fazer-me acreditar que fora o vento que fizera tombar um deles, Eu tinha, é claro, outra opinião, mas nada podia provar.





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