Há alguns meses que Mr. Kennedy, o arqueólogo bem conhecido, desaparecera do seu apartamento situado no Corso, e supunha-se que tal desaparecimento estivesse relacionado com um escândalo particular que o obrigara a deixar Roma. Na realidade, parece ter sido uma nova vítima da paixão pela arqueologia, que o contava no número dos seus sábios mais distintos. O cadáver foi descoberto mesmo no centro da nova catacumba, e o exame dos pés e do calçado demonstrou à evidência que devia ter caminhado durante dias e dias nestas galerias subterrâneas tortuosas que tornam as necrópoles tão particularmente perigosas para aqueles que ousam entregar-se à sua exploração.
O desafortunado jovem, com uma temeridade, ou talvez uma leviandade inexplicáveis, tinha-se embrenhado neste labirinto sem ter tomado a precaução, tal como o inquérito demonstrou, de levar consigo velas ou mesmo fósforos. A sua morte foi, portanto, o resultado da sua própria imprudência.
O que dá a este triste fim um carácter mais doloroso é que o Dr. Julius Burger era o amigo íntimo do jovem sábio, e a alegria da descoberta extraordinária que teve a boa fortuna de fazer não conseguiu consolá-lo da terrível morte do colega e, pode-se dizê-lo, seu colaborador.