A impressão causada, par esta conversa, no inspector Mac Donald, aumentava de intensidade à medida que prosseguia. O seu interesse absorvera-o inteiramente. De súbito, o senso prático de escocês fê-lo regressar ao assunto.
- Em todo o caso, isso fica para maís tarde. O senhor entreteve-nos com a sua interessante narrativa, mas o que realmente importa em tudo isto, Mr. Holmes, é a sua observação de que há qualquer relação entre o professor e o crime, a partir do aviso recebido através do tal Porlock. Podemos ir mais além neste momento?
- Podemos fazer uma ideia dos motivos do crime, que é, como deduzo das suas primeiras afirmações, incompreensível ou, pelo menos, inexplicável Supondo que esteja na origem desse crime, é possível imaginar dois motivos diferentes. Antes de mais, devo dizer-lhe que Moriarty governa os seus homens com mão de ferro. A sua disciplina é inexorável. Existe apenas uma punição no seu código: a morte. Podemos estabelecer, assim, a hipótese de que a vítima, Douglas, tivesse, de algum modo, traído o chefe. Sobreveio-lhe o castigo, que deveria ser conhecido de todos, quanto mais não fosse, para aterrá-los com a ideia de idêntico destino.
- Essa é uma das hipóteses.
- A outra é que este crime foi engendrado por Moriarty, com intuito de lucro, como tantos outros, dentro dia sua actividade rotineira. Houve roubo?
- Ainda não sei.
- Se houve, isso certamente favorecerá a segunda hipótese, contra a primeira. É provável que Moriarty tenha sido encarregado de o arquitectar com a promessa de ficar com parte dos despojos, ou mediante pagamento de determinada quantia.