O Vale do Terror - Cap. 3: Capítulo 3 – A Tragédia de Birlstone Pág. 24 / 172

Douglas, quando aquele se encontrava ausente. «Um cavalheiro despreocupado e generoso», dizia dele o mordomo Ames, «Mas não desejaria atravessar-me no seu caminho». Cordial e íntimo com Douglas, não o era menos com a mulher deste, o que perecia causar certa irritação ao marido, a ponto de os próprios criados o notarem. Esta era a terceira personagem por ocasião da catástrofe. Quanto aos outros habitantes da velha casa bastará mencionar, entre o grande número de criados, o irrepreensível Ames e também Mrs. Allen, criatura gorda e jovial, que ajudava a dona da casa nos deveres domésticos. Os outros seis empregados não têm relação com os acontecimentos da noite de 6 de Janeiro.

As primeiras notícias alarmantes chegaram à pequena esquadra local, a cargo do sargento Wilson, do Corpo Policial de Sussex, às onze e quarenta e cinco. Mr. Cecil Barker viera a correr, muito agitado, e tocara furiosamente à campainha. Acontecera uma terrível tragédia no solar: Mr. John Douglas fora assassinado. Dissera isto ofegante, como se tivesse um fardo a oprimir-lhe o peito.

Voltara rapidamente a casa, seguido pelo sargento da Polícia, pouco depois da meia-noite, após ter comunicado às autoridades do condado que algo de grave acontecera em Bírlstone.

Ao atingir a herdade, o sargento encontrara a ponte levadiça descida, as janelas iluminadas e toda a casa num estado de incrível confusão. O mordomo, na soleira da porta, mostrava-se sobressaltado, enquanto, atrás dele, no vestíbulo, se acotovelavam os criados, pálidos de susto.

Cecil Barker, o único que aparentava estar senhor de si e dominar a emoção, abrira a porta mais próxima da entrada e fizera sinal ao sargento para que o acompanhasse.





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