O Vale do Terror - Cap. 3: Capítulo 3 – A Tragédia de Birlstone Pág. 25 / 172

Nesse momento, chegara o Dr. Wood, médico da vila, diligente e capaz. Os três homens entraram juntos na sala fatal, seguidos de perto pelo mordomo que fechou a porta atrás de si a fim de impedir que as criadas presenciassem o terrível espectáculo.

O cadáver jazia de costas, no meio do aposento, de braços e pernas abertos. Vestia um roupão cor-de-rosa, sobre a camisa de dormir, e calçava chinelos. O médico ajoelhou-se a seu lado e examinou-o à luz da lanterna portátil. Logo compreendeu que a sua presença já não era necessária. O homem tinha sido morto de maneira horrível, Colocada sobre o peito, via-se uma arma curiosa: uma espingarda de dois canos, serrados a um palmo do gatilho duplo. Era evidente que fora descarregada à queima roupa e que a vítima recebera toda a carga no rosto, causando-lhe completo esfacelamento da cabeça. Os gatilhos tinham sido amarrados com arame, a fim de que a descarga simultânea fosse mais destruidora.

O sargento Wilson estava nervoso e inquieto com a tremenda responsabilidade que lhe caíra tão repentinamente sobre os ombros.

- Não tocaremos em nada antes da chegada dos meus superiores – determinou em voz sufocada, olhando para aquela cabeça pavorosamente esfacelada,

- Nada foi tocado até agora - afirmou Cecil Barker. - Dou-lhe a minha palavra: deixei tudo exactamente como estava.

- Quando foi isso? - perguntou o sargento, sacando do bolso o livro de notas.

- Exactamente às onze e meia. Ainda não tinha principiado a despir-me e estava sentado junto à lareira, no meu quarto, quando ouvi o tiro que me deu a impressão de ter sido abafado. Desci a escada a correr.

- A porta estava aberta?

- Sim. O pobre Douglas jazia na posição em que o vê.





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