O Vale do Terror - Cap. 4: Capítulo 4 – A Treva Pág. 35 / 172

- Era o que ia propor, Mr. Holmes, mas achei melhor pô-lo a par de todos os acontecimentos, antes de partir.

White Mason olhou para o detective com ar indeciso.

- Já trabalhei com Mr. Holmes noutras ocasiões - afirmou o inspector Mac Donald. - Segue sempre as regras do jogo.

- Pelo menos, sigo as regras de acordo com a minha ideia pessoal do jogo - acrescentou Holmes a sorrir. - Quando comparticipo num caso, faço-o com o intuito de auxiliar a Justiça e o trabalho da Polícia. Se alguma vez me afastei das autoridades oficiais, foi porque elas se apertaram primeiro de mim. Não tenho o menor desejo de salientar-me.

»Ao mesmo tempo, Mr.White Mason, reclamo o direito de trabalhar a meu modo e de só dar a conhecer os meus resultados quando bem entender: conclusão final e não considerações parcelares.

- Fique certo de que nos sentimos honrados com a sua presença e de que lhe comunicaremos tudo quanto soubermos - assegurou White Mason cordialmente. Venha, Dr. Watson. Quando a ocasião se apresentar, todos contamos merecer uma menção no seu livro.

Atravessámos a aprazível rua da vila, ladeada por fileiras de ulmeiros. Mais além, deparámos com dois pilares de pedra, denegridos pelo tempo e cobertos de musgo, em cujo topo se via uma figura disforme que fora, outrora, o timbre de Capus de Birlstone: um leão rompante.

Após uma curta caminhada ao longo da sinuosa vereda, orlada de relva e sombreada de carvalhos, e ao fim de uma curva apertada surgiu o edifício extenso e baixo, em estilo jacobita, de tijolos vermelhos, escurecidos pela intempérie, ladeado por um jardim de teixos aparados, como era moda na época da sua construção. À medida que nos aproximávamos da casa, avistamos a ponte levadiça de madeira e o amplo fosso que parecia, na sua calma luminosidade, uma camada de mercúrio, brilhando ao sol de inverno.





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