Camões - Cap. 8: CANTO OITAVO Pág. 137 / 177

oprimidos erga,

Abata o orgulho vão, premeie o mérito,

Busque a virtude em sótãos de humildade

Para a exaltar sobre arrasados paços

Do crime audaz e da soberba inútil;

Rei que o ofício de rei preencha e saiba;

João segundo o foi. Celebrem-te outros

Pelo valor que Toro inda pregoa,

Por domadas regiões, arados mares,

Por descobertos cabos, - esperanças

De futuras riquezas e conquistas:

Eu só coroarei teu sacro busto

Com a cívica folha imarcescível

Do carvalho, mais nobre e mais glorioso

Que o louro dos heróis. Sanguíneas gotas

Mancham sempre a grinalda das vitórias;

E o clamor da viúva, o grito do órfão

Quebra a harmonia dos clarins da fama:

Mas as bênçãos dum povo agradecido

São melodia de suaves notas

Que por eras e eras se prolonga

Às gerações por vir.





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