IX
Tenro inocente
Vestiu manto real o quinto Afonso:
Nas virtudes de Pedro achou tutela
Sua idade inexperta. Ingrato e feio
Caso, digno das torres de Bizâncio,
Viram de Alfarrobeira infames plainos
Roxos do sangue das civis discórdias.
Toda a tua glória, vitorioso Afonso,
Esse apelido insigne que hás tomado
Ao destruidor da desleal Cartago,
Nódoa tão negra à fama te não lavam.
Teu nome, e o de teus pérfidos validos,
Todo o bom português detesta. - Esconde,
Esconde, Afonso, a púrpura sanguenta
Traz a glória imortal que resplandece
D’em torno ao filho teu. Se há i rei justo
Rei cidadão, monarca magistrado,
Rei que obedeça à lei, que a guarde ao povo,
Que o ceptro, vara augusta de justiça,
Equilibre entre grandes e pequenas,
Puna opressores,