Sou filho teu: meus ossos cobre ao menos,
Terra da minha pátria, abre-me o seio.
XVII
«Vivi: que me ficou da vida, agora
Que baixo à sepultura? Não remorsos,
Vergonhas não. Para a corrida senda
Sem pejo os olhos de volver me é dado,
E tranquilo direi: vivi; - tranquilo
Direi: morro. Não dormem no jazigo
Os ossos do malvado? Não: contínuo,
Na inquieta campa estão rangendo
Ao som das maldições, deixa de crimes,
Legado ímpio dos maus. Eu sossegado
Na terra de meus pais hei-de encostar-me...
XVIII
«Já me sinto ao limiar da eternidade:
Véu que enubla, na vida, os olhos do homem,
Se adelgaça; rasgado, os seios me abre
Do escondido porvir... Oh! qual te hás feito,
Mísero Portugal!... oh! qual te vejo,
Infeliz pátria! Serves tu, princesa,
Tu senhora dos mares!.