.. Que tiranos
As águas passam do Guadiana? A morte,
A escravidão lhes traz ferros e sangue...
Para quem? Para ti, mesquinha Lísia.
XIX
«Que naus são essas que ufanosas surcam
Pelo esteiro do Gama? Pendões bárbaros
Varrem o Oceano, que pasmado busca,
Em vão; nas popas descobrir as Quinas.
Em vão; da hástea da lança escalavrada
Roto o estandarte cai dos portugueses.
XX
«Cinza, esfriada cinza é todo o alcáçar
Da glória lusitana... Uma faísca,
Esquecida a tiranos, lá cintila:
Mas quão débil que vens, sopro de vida!
Um só momento com vigor no peito
O coração te pulsa. Exangue, enferma
Só te ergues desse leito de miséria
Para cair, desfalecer de novo.
XXI
«Onde levas tuas águas, Tejo aurífero?
Onde, a que mares? Já teu nome ignora
Neptuno, que de ouvi-lo estremecia.