O Vale do Terror - Cap. 11: Capítulo 4 – O Vale do Terror Pág. 129 / 172

- Estou-lhe grato por ter vindo.

- Por que não assinou o bilhete?

- Ninguém se perde por ser prudente, amigo. Nos tempos que correm nunca se sabe em quem se pode confiar.

- Penso, contudo, que entre irmãos da loja deve existir confiança recíproca.

- Nem sempre - exclamou Morris com veemência. - Tudo o que dizemos ou apenas pensamos, parece ir parar aos ouvidos de Mac Ginty.

- Não se esqueça - advertiu Mac Murdo com ar severo, - de que, ainda ontem à noite, jurei fidelidade ao grão-mestre. Você vai pedir-me que quebre o meu juramento?

- Se toma a coisa por esse lado - disse Morris tristemente, - lamento o incómodo de ter vindo encontrar-se comigo. A situação é realmente lamentável, se dois cidadãos livres não podem trocar ideias francamente.

Mac Murdo, que estivera a observar o seu interlocutor com toda a atenção, abrandou o rigor da atitude.

- Como sabe, sou novo aqui e completamente estranho a esta situação. Não serei eu quem vá denunciá-lo, Morris, se julga oportuno comunicar-me alguma coisa.

- Não vai repeti-la a Mac Ginty? - inquiriu Morris.

- Está a ser injusto para comigo - protestou Mac Murdo. – Pessoalmente, sou fiel à Loja, mas seria um miserável se fosse repetir o que você me disser. O seu segredo permanecerá comigo, mesmo que o advirta de que talvez não venha a obter o meu acordo.

- Já renunciei à possibilidade de ser compreendido - replicou Morris. - É quase certo que estou a arriscar a minha vida, colocando-a nas suas mãos. Mas, ontem à noite, pareceu-me que a sua consciência, por ora, não se tornou: tão insensível como a dos outros. Foi por isso que julguei poder falar-lhe.

- Que tem para dizer?

- Se me atraiçoar, que Deus o amaldiçoe!

- Já lhe disse que não o faria.





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