Não estava assinado e dizia o seguinte:
«Gostaria de falar-lhe mas preferiria não o fazer em sua casa. Encontrar-me-á junto do pau da bandeira no Miller Hill. Venha o mais depressa possível, pois tenho algo de Importante para contar-lhe.»
Mac Murdo leu o bilhete surpreendido, pois não fazia ideia do seu significado, nem de quem fosse o autor. Se a letra fosse feminina, poderia imaginar tratar-se do início de mais uma das muitas aventures galantes, tão comuns na sua vida passada. A caligrafia, no entanto, era de homem e, além disso, de homem culto. Finalmente, após certa hesitação, decidiu-se a esclarecer o assunto.
Miller Hill é um parque publico, mal cuidado, no centro da cidade. No Verão é muito procurado mas, durante o inverno, está sempre deserto.
Do alto da colina é possível avistar, não só a cidade, com as suas casas fuliginosas, esparsas e irregulares, mas também de todo o vale tortuoso, com as suas minas e fábricas, enegrecendo a neve que o cobre de ambos os lados, assim como os cumes dos montes, ora verdejantes, ora esbranquiçados, que o circundam.
Mac Murdo subiu vagarosamente a vereda serpeante, cercada por sebes de arbustos, até atingir o restaurante deserto que, no Verão, constituí o cento de todas as reuniões festivas. Junto deste ergue-se um pau de bandeira vulgar, sob o qual se encontrava um homem com o chapéu desabado sobre os olhos e a gola do sobretudo a cobrir-lhe o queixo. Mac Murdo verificou tratar-se do Irmão Morris que, na véspera, incorrera na ira do grão-mestre. Ao saudarem-se trocaram o sinal da Loja.
- Queria conversar consigo, Mac Murdo - explicou o velho, falando com indecisão. O que indicava que pisava terreno delicado.