O Vale do Terror - Cap. 3: Capítulo 3 – A Tragédia de Birlstone Pág. 23 / 172

Contudo, os amigos mais íntimos do casal, já tinham notado que a confiança entre os dois não parecia total, visto que a mulher era muito reticente a respeito da vida anterior do marido, ou talvez apenas a conhecesse superficialmente.

Também era notado e comentado que algumas vezes Mrs. Douglas se apresentava nervosa e demonstrava grande ansiedade nas ocasiões em que o marido ficava fora de casa, além da hora habitual. Numa cidade calma do interior, na qual todo o mexerico constitui agradável entretenimento, esta fraqueza não podia passar despercebida e essa circunstância aumentou ao sucederem os acontecimentos de Birlstone.

Havia ainda outra pessoa cuja permanência sob aquele tecto era, na: verdade, apenas intermitente, mas que, por ocasião das estranhas ocorrências, teve o seu nome em evidência Tratava-se de Cecil James Barker, de Hales Hodge, Hampstead.

Cecil Barker, com o seu porte esguio e desenvolto, tornara-se uma, figura familiar na rua principal da vila de Birlstone, por ser visita assídua e sempre bem recebida dos moradores da mansão. Era alvo da maior observação por ser o único amigo do passado desconhecido de Mr. Douglas. Barker era inglês, mas, pela fala, percebia-se claramente que, conhecera Douglas na América. Parecia ser homem de fortuna e era tido na conta de solteiro. Era mais novo do que Douglas, com quarenta e cinco anos no máximo. Era alto, espadaúdo, com um rosto escanhoado, sobrancelhas espessas e negras e um par de olhos negros e dominadores que conseguiam, mesmo sem o auxílio das suas mãos, abrir caminho por entre uma multidão hostil.

Nunca andava a cavalo ou caçava, mas passava os dias vagueando ao redor da antiga vila, com e cachimbo na boca, ou passeando de carro pelos arredores com o seu amigo, ou com Mrs.





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