O Vale do Terror - Cap. 6: Capítulo 6 – Uma Réstia de Luz Pág. 58 / 172

- Por favor... suplico-lhe que nos ajude, Dr. Watson! Havia na voz da mulher tal sinceridade que, por um instante, esqueci a sua leviandade e senti-me inclinado a satisfazer-lhe o desejo.

- Holmes é um investigador independente - esclareci. - Não tem de prestar contas a ninguém e age de acordo com o seu julgamento pessoal. Por outro lado, não pode deixar de ser leal para com os agentes que com ele operam e, certamente não lhes ocultará coisa alguma que contribua para entregar um criminoso à justiça. Nada mais posso dizer e aconselho-os a dirigirem-se ao próprio Holmes se desejam mais esclarecimentos.

Em seguida, despedi-me, tirando o chapéu e continuei o meu caminho, deixando-os sentados atrás da sebe. Ao dar a volta à extremidade desta, voltei a cabeça e vi-os ainda a discutir animadamente e, como os seus olhares me acompanhavam, era evidente que debatiam a entrevista que acabavam de ter comigo.

- Não quero ouvir-lhes as confidências - respondeu Holmes, quando lhe narrei o ocorrido.

O meu amigo passara a tarde na mansão conferenciando com os seus dois colegas e regressara à estalagem, por volta das cinco horas, com um apetite devorador, resolvido a saciar-se na abundante mesa de chá que eu mandara servir-lhe.

- Nada de confidências, Watson, porque se tornam demasiado embaraçosas se delas resulta uma prisão por crime premeditado.

- Acredita que chegue a tal ponto?

Holmes encontrava-se num dos seus estados de espírito mais alegres e cordiais.

- Meu caro Watson, logo que tiver exterminado este quarto ovo, estarei em condições de pô-lo a par de toda a situação. Não digo que já tenhamos dissecado este problema até ao fundo mas quando tivermos descoberto o outro haltere.





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