Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 202

Capítulo 11: O Rei Latino Pede Paz

Página 202

Diomedes continuou:

— Poderoso guerreiro lá está, eu vos digo, pois com ele tercei lanças e sei que sempre Apolo e Vénus estão a seu lado. Tivesse Pérgamo mais dois valentes como ele e hoje chorarmos morte e luto da Grécia invadida e arrasada. Não foram nessa altura as suas mãos, juntamente com as de Heitor, que fizeram Tróia resistir dez anos a todos os exércitos gregos reunidos? Ide, pois, latinos, e procurai aliar-vos a ele de qualquer forma, pois o vosso poder alcançará todas as nações, até mesmo nos limites da terra, e a vossa fama chegará à morada dos deuses! É esta, portanto, ó excelente rei, a resposta de Diomedes e a sua opinião a respeito da guerra.

Intenso murmúrio levantou-se no ajuntamento que ouvia o embaixador, comentando todos a resposta do nobre grego. Parecia um rio a que as pedras retardam a rápida corrente e a que vai aumentando o ruído num crescendo assustador, até que as próprias margens estremeçam. Mas o rei Latino levantou a destra e calaram-se todos. Invocando primeiro os deuses, disse ele:

— Era meu desejo, ó súbditos, e teria sido bem melhor que esta assembleia se tivesse reunido assim que as coisas começaram a acontecer e não agora, quando o inimigo já sitia as nossas muralhas. Sabemos, cidadãos, que fazemos guerra desigual contra raça divina, contra guerreiros invencíveis a que não há combates que fatiguem. Perdei, depois da resposta de Diomedes, a esperança — se algum dia a tivestes — no auxilio estranho, mas entes deposite cada um a esperança em si mesmo. Vede, no entanto, como é fraca essa esperança. A ruína do reino está patente aos vossos olhos. A ninguém lanço a culpa, pois houve a maior coragem que poderia haver e em luta entraram todas as forças. Ouvi-me agora e aplicai a vossa atenção às minhas palavras. Possuo campos próximos do rei Tusco, cultivados pelos rótulos e auruncos. Proponho que seja cedida aos troianos aquela região, bem coma a crista coberta de pinheiros das elevações próximas. Assinemos um tratado, façamos uma aliança e chamemo-los amigos do reino. Se tão grande é a força que os impeliu para o Lácio, que ali se estabeleçam e ergam a sua cidade. Mas se é seu desígnio buscar ainda outras pragas, ajudemo-los a construir vinte navios de carvalho, porque os seus foram metamorfoseados em ninfas nas ondas.

<< Página Anterior

pág. 202 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 202

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215