Embora menos feroz no discurso e mais calmo na aparência, mas igualmente ansioso pelo combate, o chefe troiano preparou-se para enfrentar o príncipe rótulo. Estava contente de não haver necessidade de maior morticínio e que ele e Turno decidiriam a contenda sozinhos.
Apenas a aurora nascente começava a inundar de luz os cumes dos montes, no dia seguinte, quando se abriram os portões da cidade e para fora se precipitaram os batalhões rótulos completamente armados, como que para a peleja. Mas, como sinal de paz, plantaram as lanças no chão, a elas fixando os escudos. Levantaram em seguida altares com a terra relvada, trouxeram água das fontes enquanto os sacerdotes, com os seus aventais e as testas ornadas de flores de vários matizes, acendiam os fogos sagrados. Do outro lado avançavam os exércitos troiano e tirreno, também armados como para os desígnios de Marte e, a um sinal, fixaram os seus dardos e os seus escudos no chão, tal como tinham feito os rótulos. As mães, as velhas e as crianças pejavam os baluartes altos, os muros, os telhados e as torres das casas, na ânsia de ver o combate.
Surgiram então os principais participantes do grandioso espectáculo. Primeiro veio o rei Latino em sua quadriga, todo reluzente na pompa da realeza. Um diadema com doze raios de ouro — emblema do Sol — cingia-lhe as frontes. Acompanhava o príncipe Turno, noutro carro puxado por dois cavalos brancos, a brandir nas mãos duas lanças de ponta larga Do lado oposto aproximou-se Eneias, com a espada desembainhada, o escudo em frente ao peito e junto a ele Ascânio. Logo surgiu um sacerdote, vestido de branco, com as duas vitimas que seriam imoladas aos deuses nos altares onde rebrilhavam os fogos de incenso: uma ovelha lanuda e uma porca sedosa. Sacrificados os animais, avançaram os dois contenderes e espalharam a carne salgada sobre os altares e com as suas facas cortaram pêlos das testas da porca e da ovelha, atirando-os aos braseiros. A seguir, verteram sobre o solo taças douradas cheias de vinho.