Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 41

Capítulo 3: Eneias Chega a Cartago

Página 41

Contrariado, percebendo ser aquilo resultado da ira de Juno, chamou a si o Euro e o Zéfiro e disse-lhes: — Porventura, ó ventos, apoderou-se de vós tamanho orgulho e arrogância que ousais misturar o céu e a terra e levantar tamanhas massas de égua sem a minha permissão? Eu vos castigarei. . . má s antes ide ligeiros ao rei Éolo e dizei-lhe que eu, não ele, sou o senhor dos oceanos e que a mim coube o tridente por sorte. A ele é permitido comandar os grandes rochedos, em cujas cavernas permaneceis prisioneiros. E lá, somente, reina Éolo. Dizei-lhe que vos mantenha cativos até que lhe dê ordem para vos soltar.

Assim falando, Neptuno acalmou o mar e pôs em fuga a s águas encapeladas, fé zê n do surgir nova mente o Sol. Tritão, senhor da s ondas, e Cimóteo, ninfa do mar, apressaram-se a libertar os navios encalhados nas areias e nos rochedos. Os outros, foi o próprio Neptuno que, com o seu tridente, os soltou da lama. Chicoteando os cavalos, seguiu o grande deus no seu carro por sobre as onda s. Como sucede as vezes quando um populacho irado, a brandir archotes e a atirar pedras, se acalma ao ver um homem honrado e de bom carácter, muito respeitado, que lhe aparece a dizer palavras sensatas, assim também desaparecia o fragor do mar, quando o pai Neptuno voava ligeiro pelas cristas marinhas. Mergulhando para o seu palácio no mar Egeu, abriram-se-lhe as ondas à frente, e golfinhos e focas brincavam ante os seus cavalos velozes.

Os eneidas, exaustos, procuravam então o litoral mais próximo onde pudessem aportar. Dirigiram-se para a Líbia, na África do Norte, e ai encontraram um bom ancoradouro. A entrada era estreita e cercada, de cada lado, por uma linha de recifes que quebrava a força das vagas. Dentro, a água era plácida, lisa, confinada por enormes penha sãos, cujos cumes possuíam espessos bosques escuros. Num dos lados da passagem viram uma caverna cheia de estalactites. Era morada de ninfas, com as suas água s deliciosas e cristalina s.

Embarcaram para a praia, reunindo os sete navios salvos entre os vinte de que a esquadra se compunha. Saudosos da terra, os troianos atiraram-se à areia hospitaleira, estendendo os músculos e secando as roupas. Acates acendeu o fogo com uma pederneira, fazendo uma fogueira com folhas e lenha seca, enquanto os outros traziam os sacos de cereal molhados de água salgada e abriam-nos para fazê-los secar. Depois, trituravam-no entre as pedras, para o pão.

<< Página Anterior

pág. 41 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 41

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215