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Capítulo 6: CANTO SEXTO

Página 105
Admirado

De ver trajar alfaias lusitanas

Às homéreas belezas, aos apuros

Das virgilianas graças, - mais ainda

De originais, de novas formosuras

Por antigos cantores não sabidas,

- Cantores que jamais cuidou possível

Igualar, exceder por arte humana -

Seu generoso natural ardente

Se lhe inflamou de nobre entusiasmo:

- «É obra tal (exclamou), tamanho engenho,

Tão nobre amor da pátria, tão sublime,

Árdua empresa, trabalho tão difícil

Não terá galardão? Quem há mer’cido

Tanto da pátria por espada e pena,

Ingrata a pátria o deixará sem prémio?

Irá mendigo e súplica implorando

A chatim mercador de ganho avaro,

O humildoso favor de que lhe aceite

Tal obra e tanta, por mesquinho preço

Que, porventura, nem lhe mate a fome

Nem lhe cubra a nudez - Oh!...» Resoluto

Toma o bordão, caminho vai de Sintra,

A Aleixo fala, expõe-lhe o triste caso,

Maravilhas que leu conta, e as virtudes

E assinalados feitos do homem grande

Que em vão apouca a sorte.

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pág. 105 (Capítulo 6)

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Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 105

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161