Poucos amigos
Como é de ver, contava o honrado velho,
Mas dignos dele todos. Desse número
Era - e não muitos mais de seu estado,
O castelhano ancião a quem o acaso
Hóspede e confidente ao vate dera.
VI
Santo fervor que à lusitana corte
Trouxera o venerando missionário,
Do aio real na protecção confia
Para obter o que importa a seus misteres
Nas remotas regiões onde deixara
Cos neófitos seus alma e cuidados,
Versado nos antigos exemplares
De Grécia e Roma, aos cânticos sublimes
De Job e Isaías se aprazia
De comparar, em horas mais folgadas,
Canções de Smirna e Mântua: a miúdo o viram
Sobre os prantos de Dido verter lágrimas,
Talvez sem o remorso escrupuloso
Do eloquente Augustinho. Recebendo
Em depósito um poema de que ouvira
Falar já tanto, e de homem tão famoso
Por seu grande saber, talento e arte,
Ávido o livro abriu, leu.