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- «O homem que sois, Menezes, bem conheço:
Amei-vos desde a infância, e inda vos amo.
Sois meu amigo, sei-o, e tão sincero,
Tão leal o não tenho.»
- «O céu permita
Que o cuideis sempre, e que infiéis não sejam...
Senhor, o desgraçado por quem rogo,
Nada vos pede; é português e altivo,
Como o são portugueses: mas tal feito,
Tão gloriosa empresa em prol da pátria
Cometeu e perfaz, que já desaire
Real seria de a deixar sem prémio»
- «Quem é esse homem? Que fez ele? O Gama,
O Albuquerque igualou?»
- «Fez mais do que eles;
Que os tornou imortais. Podem um dia
Erros nossos, baloiços da fortuna
Dar cabo dessas glórias do oriente,
Dessas conquistas d’Albuquerque e Vasco:
Mas a fama das letras não perece,
Nem a domina o fado. Tanta glória
De Portugal padrão eterno exige
Que lhe assegure dos vaivéns a sorte
O porvir sempre incerto.