Não vi quadrigas de vistosas justas
Nas praças d’armas à lançada viva
Disputar-se o colar de ouro maciço
Prémio do vencedor, por mãos bem lindas
Ao peito inda sanguento pendurado.
III
Nada!... Só pelos fossos entupidos
Do desfolhar do outono, e bronco entulho
Dos muros derrocados, - soltas pedras
E imunda terra à vista afiguravam
Insepultos cadáveres, golpeados
Membros, inda cobertos d’aço e ferro,
Dos que em contenda injusta pereceram
Pelo vaidoso orgulho ou vão capricho
Do castelão soberbo. Nas ameias
Se me antolhavam hórridas cabeças
Hirta a grenha, coas carnes laceradas
Do corvo - certo amigo dos tiranos,
Que regalado o trazem. Tristes vítimas!
Mais crime não teriam que a vontade
Do imperioso senhor que a seus vassalos
Vilões de sua terra - seus como ela -
Quis do poder que tem mostrar a alçada.