gemer, que os namorados
Ais do prazer ouviste pela selva
Que encobriu tanto amor, tanta ventura
Em tempos de mais dita; que escutaste
Os magoados suspiros da saudade,
Quando ausente daquele por quem vive,
Só, gemedora rola, vai carpindo
A ausência do seu bem, do seu amado,
E aos montes, às ervinhas ensinando
O nome que no peito escrito tinha;
Que depois, memorando a morte escura,
Longo tempo das urnas cristalinas
Só lágrimas formosas derramastes,
E, por memória, em fonte convertidas,
O nome lhe pusestes, que inda dura,
Dos amores de Ignês que ali passaram;
Vós ao vate os segredos recontastes,
Os mistérios d’amor, e o pranto, as queixas
Da malfadada Castro. - A lira anseio-lhe,
A voz carpe-se, os tons gemem tão meigos,
Mas tão cortados de uma dor tão viva,
Que é um partir-se o coração de ouvi-los.