XXIII
Ausente é o sposo: solitária vaga
Pela várzea de flores recamada,
No pensamento alheado revolvendo
Ledos enganos d’alma, suavíssimas
Lembranças do passado, e a mais suave,
Lisonjeira esperança do futuro.
Oh! quando ela outra vez naqueles braços
O tornar a apertar, quando... Armas soam
De cavaleiros, e corcéis nitrindo
Nos átrios do palácio... Escuta... É ele,
O seu Pedro, oh ventura! - «Esposo, esposo!»
Mas pelo ausente esposo o pai responde.
O amante não vem: juiz severo,
Pelos beijos d’amor, lhe traz castigo
Que não merece amor, nem quando é crime.
XXIV
Cos filhinhos, em vão banhada em pranto,
Súplice implora os bárbaros. O ferro
Embebem crus no peito cristalino;
E as vivas rosas, que das faces fogem,
Pela ferida a borbotões se esvaem.