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Capítulo 10: CANTO DÉCIMO

Página 162

Nas cavernas do peito refalsado

Ódio cego lh’entrou; os beiços roxos,

Áridos com a sede da vingança,

Mordem convulsos. Nunca tão terrível,

Nua a verdade lhes mostrou seus crimes,

Como na boca desse vate ousado.

III

Vingar-se é força; mas vingança negra,

Feia e covarde a querem. - «Sem amigos,

Sem protectores, pobre, sem arrimo,

À indigência, à miséria aí sucumba,

E de sua ousadia o crime expie.»

Assim no coração lhes fala o ódio;

E o cumpriram assim. Todo no apreste

Da jornada fatal andava o ânimo

Do malfadado moço que em sua cólera

Rei dera o céu ao povo lusitano.

Só armas cura, só vitórias sonha:

Geme entanto a nação, quase pressaga

Do desastre que a aguarda. Em Sintra fora

Resolvida afinal pronta partida,

Que o monarca impaciente apressurava.

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pág. 162 (Capítulo 10)

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Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 162

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161