XI
Foi sonho quanto viu! visão fantástica
Toda a funérea pompa, o canto, o féretro
E essa fatal grinalda!... Ei-la, na destra
Segura ainda a tem. - Escuta: uns ecos
Soterrâneos - como hinos de finados
Por noute aziaga em cemitérios, se ouvem.
Inclina atento a orelha; um passo avante...
Tropeça... Em quê? - Numa revolta loisa.
Aberta está a porta do sepulcro.
Um ténue bruxelear de luz descobre
Na profundez do abismo; os degraus últimos
De húmida escada vê: descerá? - Desce:
Na estância entrou das gerações extintas.
XII
Terra esquecida aí jaz, aí moram cinzas
Por que em vão falam epitáfios, letras.
Sobre a face da terra que deixaste?
Que feitos de virtude ou de heroísmo
Tua passagem nela assinalaram?
Nenhum? Inteiro ao túmulo desceste,
Traga-te o olvido todo.