Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 2: CANTO SEGUNDO

Página 39
Ergue obeliscos,

Amontoa pirâmides; - embalde!

Livra um mármore só do esquecimento:

É a memória do prestante feito

Que as idades lembradas vão guardando

De geração em geração na terra.

XIII

Ei-lo vai, entre as tácitas falanges

De enfileirados ossos caminhando

O atónito guerreiro; - ao cabo extremo

Desse arraial de mortos, dá cos olhos

No cortejo de dó que hóspede novo

Traz à morada eterna. A ponto o féretro

Ia baixar ao perenal encerro

Donde o não moverá senão a tuba

Terrível, quando o sol se erguer do oriente

A dar a extrema luz ao dia extremo.

Dobra o passo; inda é tempo. Argêntea chave

Laçada em fumo negro, um cavaleiro

Tinha na mão: o mais ilustre esse era

Ou o mais anojado: - uso sabido,

E venerada prática dos nossos.

Pela derradeira vez olhos de vivos

Verão a face lívida do morto

Que ao final poiso desce.

<< Página Anterior

pág. 39 (Capítulo 2)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 39

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161