que a vida me entravavam,
Adoçaste o amargor, e com benigna
Destra cravaste à roda do infortúnio
Cravo que o giro bárbaro lhe impeça;
A ti, a quem a vida, que se me ia
Em desalento, em desconforto, devo,
A ti minhas endechas mal cantadas
Nas solidões do exílio, onde as repetem
Os ermos ecos de estrangeiras grutas,
A ti meus versos consagrei na lira:
Quebrada sobre o escolho da desgraça
Inda lânguidos sons desfere a medo,
Que a teu fiel ouvido vão memórias
Lembrar da pátria e recordar do amigo.
IV
Ouves? Rija celeuma aos ares sobe
E fere os ventos que nas ondas folgam.
- «Terra, terra!» bradou gajeiro alerta.
- «Terra!» ecoa confusa vozearia
Da marítima turba: Oh! voz querida,
Doce aurora de gozo e de esperança
Ao coração do nauta enfraquecido,
Do alquebrado sequioso passageiro,
Que a esposa, os filhos, ou talvez a amante,
Nessa voz doce e grata lhe alvejaram.