Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: CANTO TERCEIRO

Página 49
»

IX

Do Lusitano ao descorado gesto

Esvaecido rubor assoma, - e foge,

Qual foge aos olhos o lampejo rápido

Da trovoada longínqua. - Um tanto a face

Descaiu sobre o peito amargurado,

E com voz, firme não, porém serena,

Disse: - «Luís de Camões tinha um amigo

Único só na terra. - Não te escondas,

Meu fiel companheiro: um feito honrado,

Generoso te peja? - O pobre António

Foi até aqui, senhor, o único vivo,

Único ser na face do universo

Em quem meu coração achou abrigo.»

X

Pelas faces do escravo, baga a baga,

Enternecidas lágrimas caíam,

E peito sufocado comprimia

A custo grande o soluçar que o arfava.

Não pode mais: aos pés se deita do amo,

E sem conter o choro:

- «Oh! não me digas

Não me digas, senhor, que sou amigo.»

- «Não o diga! Porquê?»

- «Porque isso parte

O coração do escravo.

<< Página Anterior

pág. 49 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 49

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161