Amigo é falso.
Os de Macau, de Goa e Moçambique,
Todos faltaram; e eu fui sempre...»
Corta-lhe
Um mar de pranto a voz.
- «Tu foste sempre
O meu fiel António».
Humedeceram-se
Os olhos do guerreiro; e como a efeitos
De simpático influxo, ao velho austero
Pelas rugas das faces deslizaram
Gotas de suave, enternecido pranto.
XI
Serena a reflexão comoções d’alma.
O Lusitano continua: - «Certo
Que hás dito bem: tão profanado e abjecto
De amigo o santo nome hão posto os homens,
Que mal sei eu se injúria ou honra é ele.
Parou aqui, como assombrado n’alma
Da amarga observação. Depois, volvendo-se
Menos aflito ao missionário, disse:
- «Embora! pois que enfim tenho encontrado
Consolação tão doce a minhas mágoas.
O meu nome - inda mal! bem conhecido
Por esse novo império do oriente -
É Luís de Camões.