Inimigo eterno,
Aqui em meu tremendo promontório
Vos espero; aqui áspera vingança
De quem me descobriu tomarei. - Morte.
Morte é o menor dos males que vos guardo.
Nem da beldade as lágrimas formosas,
Nem suspiros d’amor, nem ais carpidos
De maternal ternura hão-de amolgar-me...
E não se acabará só nisto o dano;
Antes por vossas mãos o mor castigo
Recebereis: do império cimentado
Com tanto sangue e com virtudes tantas
(Breve as heis-de perder) medonhos crimes,
Devassa tirania, infandos vícios,
Superstição cruel minarão cedo
Os nobres fundamentos. Aluído
Baqueará por terra o sólio altivo
Que sobre as ruínas erguereis dos povos.
Vis descereis pelos degraus do vício
Do trono a que a virtude vos alçara.
IX
- «Assim na extasiada fantasia
Um eco misterioso me soava:
Di-lo-ei presságio triste em já gran’ parte
De seu fadar cumprido!.