Talvez em longes eras meditasse
Solitário discip’lo de Confúcio
Nessa caverna as eternais verdades
Do grande Tien, do deus da Natureza,
Que ao Sócrates da China se amostrara
Mais temporão, se lhes não mentem crónicas,
Que ao amante de Fédon. - Vem quebrar-se
Perto o mar, que se espraia longo e longo,
Té se perder no extremo do horizonte.
Ali de soledade amarga e doce
Esquecidas passei horas ditosas:
Ditosas - se jamais fio d’areia
Na voadora ampulheta me há corrido
Horas que tais se chamem. - Nesse poiso
De suave tristeza me acudiam
À memória as lembranças do passado,
Magoadas coas ideias do presente,
De envolta com receios do futuro;
E acaso de esperança verdejava
Leve folha dos ventos assoprada.
XV
«Pátria, oh pátria! - dizia - é pois um sonho
Essa visão, que por celeste a tive?
Teu nome eternizar, dar brado à fama,
Que de ti digno, digno de Natércia
As gerações pasmadas me aclamassem!.