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Capítulo 2: II- A CAVALHADA

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- Sim; e depois com cara d’asno vir volteando o círculo com um molho de fitas na ponta da lança, ao som de músicas e foguetarias, e ir colocar-se de novo muito concho no seu posto. Há nada mais insípido! São coisas que se devem deixar para os artistas do circo equestre, que as fazem muito melhores, e disso ganham a vida.

Elias, que ouvia com impaciência as palavras do negociante, que humilhavam e o feriam em seu amor-próprio, julgou que não devia deixar sem resposta os motejos daquele pelintra, com quem, sem saber por que, embirrara desde o princípio, e assentou de confundi-lo e esmaga-lo. Elias, que além de ter feito os estudos preparatórios, por seu amor à leitura tinha adquirido variada instrução, era de feito muito superior ao seu adversário.

- Perdão- replicou Elias com polidez- não lhe acho razão, meu senhor, e entendo que a cavalhada é um divertimento muito nobre, muito agradável, e muito útil.

- Deveras! E não me fará o favor de dizer em quê?...

- Em quê? Em muita coisa. O senhor bem sabe que as cavalhadas não são mais do que uma imagem, um simulacro das antigas justas e torneios; mas esses divertimentos bárbaros, em que se derramava sangue, e que muitas vezes custavam a vida aos justadores, não podem compadecer-se com as luzes e costumes da civilização atual, e admira que, mesmo nos sanguinários tempos da média idade, fossem tolerados entre povos cristãos.

A cavalhada, porém, ficou como uma imitação daquelas lutas cavalheirescas, que, não custando o sangue nem a vida a ninguém, oferece um brilhante e nobre espetáculo aos olhos do povo. A equitação é uma arte útil, necessária mesmo; ninguém o pode contestar. A cavalhada produz estímulo e emulação entre os moços para se exercerem nesta vantajosa

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Capa do livro O Garimpeiro
Páginas: 147
Página atual: 14

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I- A FAZENDA 1
II- A CAVALHADA 9
III- NA ROÇA 22
IV- O GARIMPO 35
V- O BAIANO 47
VI- A RECUSA 53
VII- O SACRIFÍCIO 59
VIII – ELIAS 64
IX – ALÉM DA QUEDA, O COICE 71
X – A AFRONTA 78
XI – DE MAL A PIOR 86
XII – MOEDEIRO FALSO 92
XIII – OS VIZINHOS 99
XIV – A LAVADEIRA 106
XV – ABNEGAÇÃO 119
XVI – O MORIBUNDO 128
XVII – A GRINALDA E O TÚMULO 137