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Capítulo 8: VIII – ELIAS

Página 67
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- Qual! meu amigo; isto aqui vai sempre na mesma pasmaceira, e não promete grande coisa. Vai-se tenteando o negócio. Há mais garimpeiros arruinados do que baguaçus por esses matos. Este garimpo não anima; é como uma loteria, em que só há sortes grandes, e essas muito poucas. Aparecem de tempos a tempos grandes diamantes; mas não há serviço jornaleiro; ganha um por cem que perdem.

- Eu já assim o pensava; nunca tive grande fé neste descoberto. Não acontece assim na Diamantina, e nem tampouco no Sincorá. Quem dá ali um serviço pode ter a certeza de que há-de tirar ao menos para salvar as despesas.

- Pois aqui é o contrário; quem garimpa tem noventa e nove probabilidades de perder e uma de ganhar. Os fazendeiros pensaram que garimpar é o mesmo que plantar milho, quiseram colher o que não tinham plantado, e quase todos vão dando com suas fortunas em vaza-barris.

- Entretanto, - disse Elias chegando-se a uma janela, - noto que a povoação apesar disso não deixa de ir crescendo. Estou vendo muitas casas novas, que não deixei quando daqui saí, e tudo vai a melhor.

- O lugar vai em aumento não há dúvida; mas isso não pode ir longe.

- A propósito. De quem é aquela casinha, que lá está no alto daquele lançante? como está bem situada!... dali deve-se gozar a vista de toda a povoação.

- Oh! aquela é de uma das principais vítimas da exploração destas lavras. É do Major; não o conhece?...

- Muito! Muito!... mas que me diz? pois o Major também se arruinou? !

A conversação caía enfim casualmente no ponto a que queria leva-la Elias, que ardia por ter novas do Major e de sua filha, os quais já sabia que se achavam na Bagagem. Pode-se pois facilmente imaginar com que avidez curiosa, com que mal disfarçada sofreguidão dirigiu ao negociante a última pergunta.

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Capa do livro O Garimpeiro
Páginas: 147
Página atual: 67

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I- A FAZENDA 1
II- A CAVALHADA 9
III- NA ROÇA 22
IV- O GARIMPO 35
V- O BAIANO 47
VI- A RECUSA 53
VII- O SACRIFÍCIO 59
VIII – ELIAS 64
IX – ALÉM DA QUEDA, O COICE 71
X – A AFRONTA 78
XI – DE MAL A PIOR 86
XII – MOEDEIRO FALSO 92
XIII – OS VIZINHOS 99
XIV – A LAVADEIRA 106
XV – ABNEGAÇÃO 119
XVI – O MORIBUNDO 128
XVII – A GRINALDA E O TÚMULO 137