O Garimpeiro - Cap. 8: VIII – ELIAS Pág. 67 / 147

, etc. .

- Qual! meu amigo; isto aqui vai sempre na mesma pasmaceira, e não promete grande coisa. Vai-se tenteando o negócio. Há mais garimpeiros arruinados do que baguaçus por esses matos. Este garimpo não anima; é como uma loteria, em que só há sortes grandes, e essas muito poucas. Aparecem de tempos a tempos grandes diamantes; mas não há serviço jornaleiro; ganha um por cem que perdem.

- Eu já assim o pensava; nunca tive grande fé neste descoberto. Não acontece assim na Diamantina, e nem tampouco no Sincorá. Quem dá ali um serviço pode ter a certeza de que há-de tirar ao menos para salvar as despesas.

- Pois aqui é o contrário; quem garimpa tem noventa e nove probabilidades de perder e uma de ganhar. Os fazendeiros pensaram que garimpar é o mesmo que plantar milho, quiseram colher o que não tinham plantado, e quase todos vão dando com suas fortunas em vaza-barris.

- Entretanto, - disse Elias chegando-se a uma janela, - noto que a povoação apesar disso não deixa de ir crescendo. Estou vendo muitas casas novas, que não deixei quando daqui saí, e tudo vai a melhor.

- O lugar vai em aumento não há dúvida; mas isso não pode ir longe.

- A propósito. De quem é aquela casinha, que lá está no alto daquele lançante? como está bem situada!... dali deve-se gozar a vista de toda a povoação.

- Oh! aquela é de uma das principais vítimas da exploração destas lavras. É do Major; não o conhece?...

- Muito! Muito!... mas que me diz? pois o Major também se arruinou? !

A conversação caía enfim casualmente no ponto a que queria leva-la Elias, que ardia por ter novas do Major e de sua filha, os quais já sabia que se achavam na Bagagem. Pode-se pois facilmente imaginar com que avidez curiosa, com que mal disfarçada sofreguidão dirigiu ao negociante a última pergunta.





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