A Guerra das Gálias - Cap. 7: LIVRO V Pág. 109 / 307

Assim, depois de ter ficado cerca de vinte e cinco dias no local, porque o vento coro, que sopra habitualmente nestas costas durante uma grande parte do ano, o impedia de navegar, aplica-se a conter Dúmnorix no dever, sem por isso deixar de se manter ao corrente dos seus projectos. Enfim, aproveitando um tempo favorável, deu às suas tropas e aos seus cavaleiros ordem de embarcar. Mas, no meio da ocupação geral, Dúmnorix saiu do campo, sem conhecimento de César, com a cavalaria dos Éduos, e toma o caminho do seu país. A esta notícia, César, suspendendo a partida e pondo tudo o restante em segundo plano, envia em sua perseguição uma grande parte da cavalaria, com ordem para o trazer e, se resistisse, se recusasse obedecer, com missão de o matar, porque considera que nada se deve esperar de bom, de um indivíduo que tinha negligenciado as suas ordens na sua presença. Dúmnorix, intimado a voltar, resiste, empunha a espada, implora a fidelidade dos seus, gritando muitas vezes que ele era livre e pertencia a um Estado livre. De acordo com as ordens de César, rodeiam-no e matam-no: os cavaleiros Éduos voltam todos para junto de César.

VIII - Terminado este assunto, César deixa no continente Labieno com três legiões de dois mil cavalos, para guardar os portos e providenciar quanto ao trigo, para saber o que se passava na Gália e pedir conselho do tempo e das circunstâncias. No que lhe diz respeito, com cinco legiões e um número de cavaleiros igual ao que deixava no continente, levantou âncora pelo pôr do sol; mas, empurrado por um ligeiro Áfrico, que cessou pelo meio da noite, não pôde manter a sua rota: arrastado para bastante longe pela maré, apercebeu-se, pelo nascer do dia, que tinha deixado a Bretanha à esquerda. Então, deixando-se ir no refluxo, empregou os remos para chegar àquela parte da ilha que tinha achado, no Verão anterior, como muito propícia a um desembarque.





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