Com este aviso, faz provisão de trigo, escolhe uma posição favorável para o seu acampamento, ordena aos Úbios que levem os seus rebanhos e transportem todos os bens dos seus campos para as praças fortes; esperava que estes homens bárbaros e inexperientes, sofrendo com a falta de munições, pudessem ser levados a combater em condições desfavoráveis; dá ordem aos Úbios para enviarem numerosos batedores ao terreno dos Suevos e indagarem o que se, passa entre eles. Executam as suas ordens e, poucos dias depois, relatam-lhe que todos os Suevos, instruídos por mensageiros seguros da chegada das Romanos, se retiraram com todas as suas tropas e as dos seus aliados, que tinham reunido, até ao extremo do seu país; que há ali uma floresta imensa, que se chama Bacénis; que se alonga até muito longe para o interior e que, colocada como um muro natural, defende os Suevos e os Queruscos de violências e de incursões recíprocas; que é à entrada desta floresta que os Suevos decidiram esperar a chegada dos Romanos.
XI - Já que chegámos a este ponto da narrativa, não nos parece descabido alongarmo-nos sobre os costumes da Gália e da Germânia e sobre as diferenças que separam estas nações. Na Gália, não só em cada Estado, e em cada pequeno país e fracção de país, como também até em cada família, existem partidos; à cabeça destes partidos estão os homens que passam por ter mais crédito, e a quem cabe julgar e decidir em todos os assuntos e decisões. Esta instituição, que é muita antiga, parece ter por finalidade fornecer a todo o homem da povo uma protecção contra o mais poderoso que ele: porque nenhum chefe deixa oprimir ou assaltar os seus e se lhe acontece agir de outro modo, perde todo o crédito junto das seus. Este mesmo sistema é aplicado em toda a Gália: porque todos os Estados ali estão divididos em dois partidos.