Os Belóvacos não forneceram o seu contingente, porque pretendiam fazer a guerra aos Romanos em seu nome e à sua maneira, e não obedecer às ordens de ninguém; no entanto, a pedido de Cómio, e a favor dos laços de hospitalidade que a ele os uniam, enviaram dois mil homens.
LXXVI - Este Cómio, como antes dissemos, servira César fiel e utilmente na Bretanha nos anos anteriores; para reconhecer, os seus serviços este mandara libertar de impostos o seu Estado, restituíra-lhe as suas leis e as suas instituições e submetera os Mórinos a Cómio. No entanto, tal foi a unanimidade de toda a Gália (189) a reivindicar então a sua liberdade e a recuperar a sua antiga glória militar, que nem o reconhecimento nem as recordações da amizade a influenciaram, e todos, com todo o seu coração e todos os seus recursos, se lançaram na guerra, depois de terem reunido oito mil cavaleiros e cerca de duzentos e quarenta mil infantes. Estas tropas foram passadas em revista no território dos Éduos; fez-se o seu recenseamento, e foram nomeados chefes. O comando supremo foi confiado a Cómio, o atrébato, aos Éduos Viridomaro e Eporédorix, ao arverno Vercassivelauno, primo de Vercingétorix. Juntaram-lhes delegados dos Estados, que formavam um conselho encarregado da condução da guerra. Partem todos para Alésia alegres e cheios de confiança: nenhum deles acreditava que fosse possível aguentar sequer o aspecto de tão grande multidão, principalmente num combate em duas frentes, em que os sitiados fariam uma surtida, enquanto se veria chegando de fora tão grandes forças de cavalaria e de infantaria.
LXXVII - Mas aqueles que estavam sitiados em Alésia, uma vez passado o dia em que esperavam a chegada de socorros, uma vez gasto todo o seu trigo, ignorando o que se passava entre os Éduos, tinham convocado um conselho e deliberavam quanto ao desenlace da sua sorte.