Drappés que, como disse, fora feito prisioneiro por Canínio, fosse por humilhação e dor de estar a ferros, fosse pelo temor de um mais cruel suplício, absteve-se de alimento durante alguns dias e morreu de fome. No mesmo momento, Luctério que, como já contei, escapara do combate viera meter-se entre as mãos do arverno Epasnacto; mudando frequentemente de refúgio, confiava-se a muita gente, pois sabia quanto César devia odiá-lo. O arverno Epasnacto, grande amigo do povo romano, não hesitou em carregá-lo de correntes e entregá-lo a César.
XLV - Entretanto, Labieno, entre os Tréviros, trava com êxito um combate de cavalaria: mata muitos tréviros, bem como germanos, e não recusavam a ninguém o seu socorro contra os Romanos; apodera-se dos seus chefes, vivos, entre outros o éduo Suro, tão ilustre pela sua coragem quanto pelo seu nascimento, e o único dos Éduos que ainda não depusera as armas.
XLVI - A esta notícia, César, vendo que tudo caminhara bem em todos os pontos da Gália, e pensando que as suas campanhas anteriores tinham vencido e submetido a Gália, partiu para a Aquitânia, onde nunca fora, mas onde vencera parcialmente graças a Públio Crasso; para lá seguiu com duas legiões para ali passar o resto da estação. Esta expedição, como as outras, foi rápida e felizmente conduzida. Com efeito, todos os Estados da Aquitânia lhe enviaram, deputados e lhe deram reféns. Depois disto, partiu para Narbona com uma escolta de cavaleiros; pôs o exército em quartéis de Inverno, sob as ordens dos seus lugares-tenentes; colocou quatro legiões na Bélgica com os lugares-tenentes Marco António, Caio Trebónio, Públio Vacínio e Quinto Túlio; enviou duas para os Éduos, dos quais conhecia a influência capital sobre toda a Gália; colocou duas entre os Túrones, na fronteira dos Carnutes, para manter toda a região que está próxima do Oceano; as duas restantes no país dos Lemovices, não longe dos Arvernos, para não deixar nenhuma .