XXVIII - Quando César soube disto, ordenou aos povos, por cujas terras eles tinham passado, que os procurassem e os trouxessem, se não queriam ser encarados por ele como seus cúmplices; assim que os trouxeram, tratou-os como inimigos; quanto aos outros, depois de terem entregado reféns, armas e trânsfugas, viram a sua rendição aceite. Ordenou aos Helvécios, aos Tulingos, aos Latobriges, que voltassem aos países de onde tinham partido; como tinham destruído todas as suas culturas e nada mais possuíam com que se alimentarem, ordenou aos Alóbroges que lhes fornecessem trigo e impôs-lhes que reerguessem as cidades e as aldeias que tinham incendiado. Agiu assim porque acima de tudo não queria deixar deserto o país que os Helvécios abandonaram, com medo de que a qualidade do solo atraísse do seu país para o dos Helvécios os Germanos de além Rena, e passassem assim a ser vizinhos da Província e dos Alóbroges. Satisfez o pedido dos Éduos que, conhecendo a sua notável bravura, queriam instalar no seu território os Bóias; deram-lhes de tudo e, consequentemente, admitiram que usufruíssem dos direitos e liberdades de que eles próprios usufruíam.
XXIX - Foram encontradas no campo dos Helvécios tabuinhas escritas em caracteres gregos e que foram entregues a César. Estas tabuinhas continham a lista dos nomes de todos os emigrantes em estado de empunhar as armas, bem como uma lista separada das crianças, dos velhos e das mulheres. O total elevava-se a duzentos. e sessenta e três mil Helvécios, trinta e seis mil Tulingos, catorze mil Latovices, vinte e três mil Ráuracos, trinta e dois mil Bóios; entre eles, cerca de noventa e dois mil podiam empunhar armas. No total, havia cerca de trezentos e sessenta e oito mil indivíduos. Os que voltaram a suas casas foram recenseados, por ordem de César: verificou-se que o seu número era de cento e dez mil.